Sob o céu cinzento de uma manhã paulistana, ele a conduziu até o mirante do Farol Santander, envolto em nuvens baixas—um cenário que, para ela, prometia exclusividade e magia. Ela sempre sonhara com um “sim” só deles, longe dos olhos curiosos; e ali, entre o concreto histórico de São Paulo, encontraram seu refúgio.

Com o coração aos pulos e mãos trêmulas de nervosismo, ele sugeriu uma “foto rápida” sentado em duas cadeiras discretas mas, na verdade, a câmera do celular gravava cada movimento e, num gesto aparentemente despretensioso, tirou do bolso a caixinha com a aliança de sua mãe — um legado de amor que agora passaria para as mãos dela.

O tempo pareceu congelar quando ele se ajoelhou. Ela, num breve instante, ficou estática — como que decifrando a cena que se desenrolava diante de seus olhos — até que, num suspiro suave, o “sim” rompeu o silêncio da manhã nublada. Ele  se ergueu devagar e deslizou o anel em seu dedo, coroando o momento com aquela aliança carregada de memórias.

Para celebrar, foram à cafeteria do mirante, onde o aroma do café quente dissipou qualquer resquício de névoa. Em seguida, percorreram o centro histórico da cidade: do Pátio do Colégio ao Theatro Municipal, deixando suas pegadas na alma da cidade. Por fim, encontraram refúgio numa padaria centenária, onde compartilharam um prato inesquecível. E ali, sob um sol finalmente radiante, selaram uma manhã que nasceu cinzenta mas desabrochou em pura luz — como se a cidade toda comemorasse com eles.